quarta-feira, 22 de agosto de 2012



ORQUESTRANDO A VIDA NA 

FOLHA DE SÃO PAULO!


-Projetos sociais sinfônicos no Brasil vivem momento de consolidação.

MORRIS KACHANI
FOLHA DE SÃO PAULO


   Talvez você nunca tenha ouvido falar da Orquestra Sinfônica Jovem de Vassouras, no Rio de Janeiro. Ou da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque, em Recife.
Elas constituem apenas dois dos 92 projetos sociais que ensinam instrumentos sinfônicos no Brasil, que atendem mais de 100 mil alunos. Os dados constam no dossiê publicado em julho pelo anuário Viva Música! 2012.


   A Venezuela, que mantém um projeto considerado referência e iniciado há mais de trinta e cinco anos, tem 350 mil alunos em 285 núcleos, cada qual com pelo menos uma orquestra sinfônica infantil e outra juvenil. O país tem uma população de 29 milhões de pessoas.
No Brasil, a maior parte dos projetos nasceu da motivação de uma única pessoa, entre as décadas de 1990 e 2000. Embora o número de atendimento a alunos venha aumentando ano a ano, o momento atual é de consolidação.
   Os desafios, de acordo com Heloísa Fischer, autora do dossiê, são os mesmos: gestores e professores são solicitados a viver situações que antes não faziam parte da rotina do ensino de instrumentos.
   Com ou sem apoio governamental, a maioria dos projetos depende de patrocínios, convênios, editais e doações. Trabalha-se em condições precárias de infraestrutura.
A partir do perfil traçado por dez gestores, a percepção de Heloísa é de que a formação profissional dos alunos é importante, porque lhes oferece perspectiva. Mas não é o essencial.
   "O objetivo principal é a formação humana. Por meio da música, colocar o jovem dentro do contexto de um convívio cultural."
   "Nesse caso a aprendizagem musical agrega outras concepções pedagógicas", acrescenta. Daí a dificuldade que todos gestores reportaram a Heloísa em encontrar professores com o duplo perfil artístico-comunitário.
   Não há dados consolidados sobre o número de alunos que se profissionalizam. Evasão e alta rotatividade são comuns. "A gente sabe que a maioria não vai se profissionalizar, mas oferecemos todos os meios. Ficam os mais talentosos", explica Edmilson Venturelli, do Baccarelli.


   

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